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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os saldos da greve.


Ao depararmos com a experiência de greve podemos dizer que nem sempre a greve nos traz saldos positivos.

A greve dos servidores da educação esse ano como sempre trouxe de imediato muitos problemas: servidores demitidos, descontos absurdos no contra-cheque, chingamentos, agressões, decepções.
Na greve é formada uma verdadeira queda de braços entre a classe operária e a classe “mandante”. Dificilmente os mandantes cedem , pois aos olhos de todos ceder é demonstrar fraqueza. Por outro lado se a classe operária cede não conseguirá mostrar força para conseguir respeito. Manter a força é é questão de honra, mas é também coisa difícil de se fazer. Precisamos lutar contra o poder, contra os defensores do poder e ainda contra a fraqueza da nossa classe trabalhadora. O comando de greve que sempre se faz necessário em qualquer luta, quase tem que tirar a força os professores da sala para aderirem a greve. Vem então as perseguições: demissões, ameaças, desconto de faltas. É um Deus nos acuda.
E prometemos continuar na guerra até que sejamos atendidos...
Agora sobre outra perspectiva. A pauta de negociação passa a ser questão secundária. Passamos a correr atrás dos prejuízos: as demissões, os descontos.
Por mais que se ameace e em muitos casos se cumpra ainda temos o poder da luta e é isso que fazemos. Mais paralisações, mais assembléias. Até que a comunidade começa a enxergar quem está na rua, escuta, analisa, junta aos fatos já conhecidos e acaba por ficar do lado de quem luta. A força política entra em ação e voltamos ao inicio do jogo.

Negociamos as faltas, retroativo salarial, os demitidos são readmitidos e a pauta continua por ser negociada, mas agora com o compromisso de que será respeitado o acordo de mesa de negociação.
Se a luta vale a pena?
Claro que sim, diria isso mesmo na parte mais penosa da greve, quando nos falta o “coro” a parceria dos companheiro que estão bem acomodados no seu canto. Diria isso também à aqueles que por diversos motivos não fazem parte dela. Por estarem ocupando cargos dito de “confiança”, por terem medo de se expor contra os mais poderosos, por não serem conscientizados e aos que ocupam a casa dos motivos mais repugnantes, aqueles que querem ganhar a custa da luta, do esforço e da exposição alheia. Por incrível que pareça existem esses.

E o que resta?
Resta a certeza de que podemos, de que estamos vivos, resta o respeito. O bônos sempre vem mais tarde. Os frutos da luta nem sempre é imediato, mas basta lutarmos para que eles apareçam. Por que é assim; precisamos lutar para termos direitos e depois lutar para que os direitos sejam garantidos.
Mas sem luta não há vitória. Ficaremos somente com as derrotas.