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sexta-feira, 4 de março de 2011

Uma Visitante Indesejada



É. lá vem ela …
Como todos os anos, a enchente chega de mansinho e vai tomando conta de nossas vidas.
Como de costume resolvemos nossos problemas como se já tivéssemos habituados a ela.
Cada um nesse drama tenta viver a enchente da melhor maneira possível. Há aqueles que constroem sobrados em cima de suas humildes casas, improvisam uma “rabetinha” para a passagem diária em suas águas. Alguns ficam ilhados precisando apenas transpor as águas acumuladas nas ruas nas ocasiões necessárias. Porém tem aqueles que se mudam, os alagados de fato. Esses se ajeitam de maneira quase desumana em abrigos improvisados que na verdade parece mais um amontoado de gente do que um abrigo. Mesmo assim mudamos cada vez menos a nossa rotina.
A conformidade chega a ser intrigante, até costumamos escutar ou pronunciar a velha frase” É melhor passar alguns meses desalojados do que não ter onde morar”.
De qualquer forma costumamos dizer “ dos males o menor”. A enchente aqui não faz os estragos que costumamos acompanhar pela televisão: cheias repentinas, chuvas avassaladoras como caso das região metropolitanas do Rio de Janeiro, ou ainda pior, os tsunamis no Japão e outros países.
Na verdade nem chegamos a ser vítimas da enchente, somos vítimas mesmo é da nossa condição econômica-social. Somos apenas reféns de uma característica peculiar à nossa região. De certa forma é uma escolha nossa, forçada, mas escolha. Escolhemos nos “abrigar” nessa cidade.
E pensando bem , como desfazer tal problema? Geograficamente nossa querida cidade de Marabá, mais precisamente a “Velha Marabá” é propícia a isso, as águas sorrateiramente vão tomando pedacinho aqui e ali sem que se concretize numa completa invasão.
Como poderíamos nos desfazer  das partes tomadas por ela: um pedacinho do centro( Passondas) um pedacinho da Getúlio Vargas, da 7 de junho, Magalhães Barata, Cabelo Seco, Santa Rosa e até mesmo um pedacinho do nosso cartão postal “A orla”.
Sem outra alternativa, assim ficamos nós, conformados, teimosos e perseverantes. A cada ano nos despedindo de uma enchente na esperança de encontrarmos a próxima, sãs e salvos

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